Organizar, categorizar e disponibilizar informações de forma clara e simplificada: uma boa arquitetura da informação pode resultar em importantes vantagens competitivas para você
Você se lembra do conceito de usabilidade? Aquele conjunto de fatores por meio dos quais podemos avaliar a experiência de um usuário com nosso produto, nosso serviço e principalmente nosso website? Porque tem tudo a ver com o assunto que abordaremos aqui, a arquitetura da informação. Considerada ao mesmo tempo arte e ciência, a verdade é que a arquitetura da informação é essencial não apenas para favorecer a usabilidade de um site, mas para garantir que a interação com ele seja a melhor possível. E agora vamos tentar te explicar o porquê.
Mas o que é exatamente?
Assim como acontece com o conceito de usabilidade, a definição de arquitetura da informação é complexa. Tanto que a organização mais representativa da modalidade, o Information Architecture Institute, realizou em 2010 um concurso para premiar quem definisse de forma mais criativa e precisa o tema, por meio de vídeos ou imagens.
Um dos vencedores utilizou uma simpática família de dinossauros feita de massinha para esclarecer a questão arquitetônica: associou um site a uma casa, sendo que a arquitetura da informação deve desenhar todos os ambientes e passagens de forma a que as pessoas circulem pelas páginas e encontrem facilmente o que procuram.
Mas, de acordo com o vídeo, esta é uma definição ultrapassada, que funcionava bem em 1995. Porque, hoje em dia, com as ferramentas de pesquisa tendo evoluído enormemente, as pessoas podem entrar na casa por meio de qualquer ambiente (ou seja, acessar só uma página específica por meio do Google).
Outro vídeo vencedor traçou um curioso paralelo entre os arquitetos de informação e Robin Hood: nele, vemos que cabem aos profissionais de arquitetura da informação roubar uma série de coisas dos “ricos” para tornar a vida dos usuários menos entediante e mais intuitiva – para facilitar, agilizar e simplificar a navegação na internet. Tais “coisas” são wireframes e protótipos, entre outras; e são roubadas das mais diversas fontes, como bibliotecas online, animadores de 3D, designers industriais, storyboards, etc.
Tá complicando…
Tem razão, vamos tentar simplificar. Pelo momento, fiquemos com a definição encontrada no próprio Information Architecture Institute:
A ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO É A ARTE E A CIÊNCIA DE ORGANIZAR E CATEGORIZAR WEB SITES, INTRANETS, COMUNIDADES ONLINE E SOFTWARES PARA FAVORECER A USABILIDADE E A FACILIDADE PARA SE ENCONTRAR O QUE SE PROCURA
Ou seja, é a estruturação de toda a informação disponível em um site, para que os usuários possam encontrar fácil e rapidamente o que procuram. E o arquiteto de informação é, na essência, o responsável por isso. E seu “projeto” é o já citado wireframe.
Wireframe? Poxa, era para simplificar!
Sim, mas não dá para falar sobre arquitetura de informação sem explicar o que é wireframe! Não se preocupe, essa é mais fácil: segundo o portal Tecmundo, o princípio do wireframe é mesmo muito semelhante ao de um projeto de arquitetura. É um desenho básico – como um esqueleto – que demonstra de forma direta a arquitetura de como uma interface ou uma página da internet ficará, de acordo com as especificações relatadas. É elaborado para organizar os elementos que entrarão na estrutura do projeto final. E deve ser arquitetado da maneira mais simples possível, mostrando apenas o essencial, como uma espécie de rascunho.
A imagem abaixo, com o wireframe e a página pronta do Yahoo, ilustra bem o que estamos falando.
Fonte: http://www.wirify.com/
Porém, embora estas definições ainda sirvam bem, devemos considerar que elas vêm da época em que a internet era composta sobretudo por sites que rodavam em computadores desktop.
Hoje, as possibilidades se expandiram absurdamente. Temos smartphones, tablets, aplicativos, totens interativos, pulseiras que medem o desempenho físico ao longo do dia, geladeiras conectadas… enfim, há quem diga que estamos na época da internet das coisas. E então? Como fica a arquitetura da informação?
É aí que entra o conceito de User Experience Design, ou UX Design.
Tá de bincadeira, né? UX Design?!
Calma! É que, hoje em dia, também não dá para falar de arquitetura da informação sem mencionar o User Experience Design.
Na verdade, esta é considerada a função atual de um arquiteto de informação.
PORQUE O UX DESIGNER DEVE REFLETIR NÃO MAIS SÓ EM COMO ORGANIZAR E CATEGORIZAR INFORMAÇÕES, MAS EM TODA A EXPERIÊNCIA DO USUÁRIO QUANDO ELE INTERAGE COM UM PRODUTO DIGITAL.
De acordo com o site Arquitetura de Informação, trata-se de uma carreira multidisciplinar, que acaba sendo exercida por profissionais das mais diversas origens. Jornalistas, bibliotecônomos, publicitários, designers, cientistas moleculares: não importa de onde venha o UX Designer, o que vale mesmo é a organização, o bom senso e sobretudo a capacidade de se colocar no lugar dos usuários.
Embora ainda existam poucos UX Designers espalhados pelo país, a tendência é que este número cresça bastante. Porque, na verdade, projetar experiências para usuários faz parte das atribuições de vários outros profissionais – como um programador, por exemplo. O mais provável é que estas atividades se concentrem em um profissional especializado.
Mas de que forma tudo isso pode ser útil para a minha empresa?
Bem, não há dúvida de que o simples fato de conhecer o conceito já ajuda. É fundamental ter ao menos uma ideia de como a arquitetura da informação pode interferir no resultado final do seu site de e-commerce, por exemplo, de como a organização das informações pode fazer toda a diferença.
Afinal, à medida que a informação se prolifera de maneira vertiginosa, é a capacidade de organizá-la que vai garantir uma importante vantagem competitiva para sua empresa.
E ainda que se trate de uma questão um tanto específica, um tanto técnica, vale também conhecer a figura do UX Designer. Às vezes, dependendo do seu empreendimento, é até importante você considerar contar com um profissional destes em sua equipe.
Onde posso me informar melhor?
O portal do Information Architecture Institute é bem completo, e tem versão em português.
E o já citado Blog de AI é uma ótima fonte de informações a respeito de arquitetura da informação.
Fonte: Endeavor @ https://endeavor.org.br/arquitetura-da-informacao/