Embora as agências governamentais estejam usando a tecnologia a seu favor para rastrear casos e controlar a nova pandemia de coronavírus (SARS-CoV2), muito trabalho ainda é feito manualmente e o processo como um todo acaba sendo suscetível a erros. E foi um daqueles erros bobos que acabou “escondendo” cerca de 16 mil infectados pelo vírus na Inglaterra – e a falha pode ter sido uma limitação técnica do Microsoft Excel.
De acordo com o The Guardian, a Public Health England (PHE) é a entidade responsável por gerenciar o programa nacional de rastreamento do COVID-19, operando o aplicativo oficial do país e recebendo resultados positivos de exames de laboratórios privados. No entanto, cada laboratório tem seus próprios métodos de teste – alguns até registram caixas com papel e caneta.
O problema é que um desses parceiros enviou à PHE uma tabela no formato CSV bruto (em que os diferentes valores são separados por vírgulas) e os analistas importaram esses dados para o Excel, que tem a limitação de 1.048.576 linhas – nas versões mais recentes – ou apenas 65.536 – nas edições mais antigas, que é a usada no caso do órgão britânico. Em todo caso, ao abrir a mesa, o governo acabou cortando “alguns” casos do censo.
O problema agora foi resolvido e a contagem correta de casos foi atualizada; entretanto, o não registro desses quase 16 mil casos ativos pode ter colocado em perigo outros 50 mil cidadãos, pois o app nacional de rastreamento não alertou que essas pessoas eram próximas de alguém infectado com o novo coronavírus.
Lembre-se de que esta não é a primeira vez que o Excel causa problemas sérios porque, digamos, ele é usado para finalidades mais específicas do que foi projetado. Em 2013, uma limitação semelhante fez com que a empresa bancária JPMorgan Chase & Co. “não percebesse” uma perda de quase US $ 6 bilhões.
Fonte: The Guardian
Veja a postagem original em: https://thehack.com.br/na-inglaterra-16-mil-casos-de-covid-19-passam-batido-por-causa-do-excel/?rand=48873
