O executivo-chefe da OpenAI disse que a tecnologia aumentaria a produtividade e rejeitou as preocupações de que o magnata rival poderia usar sua influência política para prejudicar os concorrentes.
Em palestra no The New York Times DealBook Summit, Sam Altman, executivo-chefe da OpenAI, disse que a chegada da inteligência artificial geral “importaria muito menos” para a pessoa comum do que se pensa atualmente.
Transcrição do vídeo:
“Em algum momento, os interesses não estarão mais alinhados? E digo isso porque houve algumas reportagens, inclusive no The New York Times, que sugerem que houve frustrações sobre a quantidade de poder de processamento e acesso que você está obtendo.”
“Precisamos de muita computação, mais do que projetamos. E isso tem sido uma coisa incomum na história dos negócios para escalar tão rapidamente. Temos coisas em que somos realmente bons, a Microsoft tem coisas em que é realmente boa – mais uma vez, não há tensão. Mas, no geral, acho que nossos incentivos estão bem alinhados.”
“Parece que há um pouco de tensão.” “Com certeza.” “No entanto, em relação à inteligência artificial geral, como você sempre disse que parte do seu acordo com eles é que, se você chegar lá, certo, o acordo poderá ser tecnicamente cancelado. Parece que vocês podem estar chegando perto.”
“Também dissemos que nossa intenção é tratar a A.G.I. como um marco no caminho. Deixamos alguma flexibilidade para nós mesmos porque não sabemos o que vai acontecer. Mas meu palpite é que chegaremos à A.G.I. mais cedo do que a maioria das pessoas no mundo pensa e isso terá muito menos importância”.
“E muitas das preocupações de segurança que nós e outras pessoas expressamos, na verdade, não chegam ao momento da I.G.A.. É como se a A.G.I. pudesse ser construída e o mundo continuasse praticamente da mesma forma. A economia se move mais rapidamente, as coisas crescem mais rapidamente. Mas há uma longa continuação entre o que chamamos de I.G.A. e o que chamamos de superinteligência.”
A Inteligência Artificial não é uma ameaça
Sam Altman minimizou a ameaça representada pela inteligência artificial. Ao dizer que a tecnologia seria capaz de espelhar a capacidade dos seres humanos mais cedo do que a média das pessoas imagina. Mas que “importaria muito menos” do que muitos previram.
O executivo-chefe da OpenAI disse na conferência DealBook do The New York Times, na cidade de Nova York, que a empresa lançaria tecnologias cada vez mais poderosas nos próximos 12 meses. E deu a entender que poderia alcançar a inteligência artificial geral. Que é quando uma máquina pode fazer quase tudo que um cérebro humano pode, nos próximos anos.
Mas ele se opôs aos alertas sombrios sobre a ameaça que a I.A. representa. “Muitas das preocupações com a segurança que nós e outros expressamos, na verdade, não se aplicam ao momento da I.G.A.”, disse ele. Acrescentando que a tecnologia aceleraria significativamente o crescimento econômico.
Os comentários do Sr. Altman estão profundamente ligados à capacidade da OpenAI de sobreviver como um negócio. O maior investidor da empresa é a Microsoft. Que investiu mais de US$ 13 bilhões na startup e detém uma licença exclusiva para usar as tecnologias brutas de I.A. da OpenAI. Mas as tensões aumentaram nos últimos meses, e o contrato entre as duas empresas diz que a Microsoft perderia essa licença se a diretoria da OpenAI decidisse unilateralmente que criou uma I.G.A.
A crescente concorrência
A OpenAI também enfrenta a concorrência crescente de vários rivais. Incluindo Elon Musk e sua startup xAI. Musk foi cofundador da OpenAI como uma entidade sem fins lucrativos antes de se desentender com Altman. Mas ele processou a empresa, acusando-a de:
- colocar os interesses comerciais à frente do bem público
- e de violar o estatuto de fundação da empresa.
O Sr. Altman disse que estava “tremendamente triste” com as crescentes tensões entre os dois antigos colaboradores.
“Eu cresci tendo Elon como um mega-herói”, disse ele.
Mas ele rejeitou sugestões de que o Sr. Musk poderia usar seu relacionamento cada vez mais próximo com o presidente eleito Trump para prejudicar a OpenAI.
“Acredito firmemente que Elon fará a coisa certa. E, que seria profundamente antiamericano usar o poder político a ponto de Elon prejudicar os concorrentes e favorecer seus próprios negócios”, disse ele.
Guests at the annual DealBook conference on Wednesday.Credit…Jeenah Moon for The New York Times
OpenAI e investimentos
A OpenAI provocou um boom de investimentos em IA no final de 2022 com o lançamento do ChatGPT, seu chatbot. Estimulando os capitalistas de risco e as grandes empresas de tecnologia a investirem bilhões de dólares nesse campo. Em outubro, a OpenAI fechou um acordo de captação de recursos de US$ 6,6 bilhões que quase dobrou sua avaliação para US$ 157 bilhões.
(O The Times processou a OpenAI e a Microsoft em dezembro de 2023 por violação de direitos autorais de conteúdo de notícias relacionadas a sistemas de IA. As empresas negam as alegações).
Mesmo assim, a OpenAI espera perder cerca de US$ 5 bilhões devido aos altos custos relacionados ao desenvolvimento da IA. Talvez precise levantar mais dinheiro. Para se tornar mais atraente para os investidores, a OpenAI está trabalhando para se transformar em uma empresa com fins lucrativos. E o Sr. Musk está processando para bloquear essa mudança.
O processo do Sr. Musk também argumenta que a OpenAI tentou ilegalmente impedir que seus investidores colocassem dinheiro na xAI. O Sr. Altman disse que isso é “incorreto”. Mas ele indicou que a OpenAI tem trabalhado para garantir que sua pesquisa privada não seja compartilhada com os concorrentes.
Source: New York Times
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